A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, por meio de seu Grupo de Trabalho de Saúde divulga post sobre cuidados em saúde e as queimadas.

2024, mais um ano marcado pelos eventos climáticos. Secas, enchentes, ondas de calor e, novamente, as queimadas. Além da Amazônia e Pantanal, parte do Centro-Oeste, do Triângulo Mineiro e o Interior de SP estão sendo afetados por uma temporada de seca e de estiagem, criando um cenário favorável para incêndios e queimadas provocadas por ação humana para desmatamento e financiamento do agronegócio. 

Os rios voadores, que levariam chuvas e umidade, acabam espalhando a fumaça tóxica com poluentes que deterioram a qualidade do ar e geram consequências para a sociedade e os ecossistemas como um todo. Entre os principais sintomas: infecções do sistema respiratório, asma, conjuntivite, bronquite, irritação dos olhos e garganta, tosse, falta de ar, cansaço, nariz entupido, alergia na pele, desordens cardiovasculares, respiratórias, além de desfechos de longo prazo e adoecimento mental.

Diversos quadros podem aparecer nesses momentos, seja decorrente das vidas perdidas, perda de biodiversidade, perdas materiais e da percepção de que as emergências climáticas estão trazendo impactos graves, principalmente às comunidades mais vulneráveis. Nesse momento, se acolher, estar próximo a rede de apoio e buscar os serviços de saúde, é essencial para cuidar dos impactos dos eventos extremos. 

Para se proteger e evitar maiores complicações à saúde, é importante reduzir a exposição de fumaça e atividades ao ar livre, hidratar-se, usar máscaras ou lenços, roupas leves, lavar o nariz com soro fisiológico, fechar portas e janelas de casa e do ambiente de trabalho para que a fumaça não entre (em caso de calor, buscar locais mais frescos), manter os ambientes umidificados, seja com umidificadores, ventiladores, bacias com água, toalhas/panos molhados e, se necessário, evacuar o território.

O reconhecimento da emergência climática nos fortalece à luta para exigência de ações do Poder Público, como no caso, a medição da qualidade do ar para controle de riscos, combate às queimadas criminosas, e demais medidas de gestão, mitigação e adaptação às mudanças climáticas e todos seus danos. 

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